sábado, junho 24, 2006

TV Digital

Finalmente acabou a novela da TV Digital no Brasil.

A área do Governo que estava avaliando as tecnologias de transmissão digital, na verdade, me parecia meio que perdida num emaranhado de propostas de tecnologias mirabolantes, sobretudo para adotar o padrão americano.
Lembro que durante a mesma discussão pra saber qual o melhor padrão de TV a cores, os americanos queriam empurrar o padrão NTSC deles.
Mas o governo militar optou pelo padrão PAL-M alemão.

Parece que a escolha foi certa.
E agora não quiseram o padrão americano de novo.
Vivas à República

Escolheram o sistema japonês ISDB-T.
O que me preocupa é quanto vai custar uma TV digital aos brasileiros ?
Afinal, não temos uma real melhora nos salários faz muito tempo.
O que temos é um superávit de balança como nunca visto.

Se isso vai se traduzir em melhoras nas relações de trabalho para o povo... são outros 500.
Espero que sim.
Assim como espero que todos possam usufruir da tecnologia da TV Digital.

segunda-feira, junho 19, 2006

Nós e a Morte

Todos nós temos uma dificuldade de lidar com as perdas.
Especialmente com a morte que é a perda de uma pessoa amiga, parente, ou até desconhecida.
A cultura ocidental é meio capenga, ela nos ensina desde a falar nossa língua até a projetarmos veículos espaciais, passando por inúmeros nichos do conhecimento humano. Sejam eles no reino da matemática, da lingüística, da mecânica, da medicina, da psicologia e vai por aí.

Essa mesma cultura ocidental só não nos ensina o óbvio: a finitude da vida.

Daí, quando nos deparamos com a morte de alguém próximo ficamos atônitos e sem saber em que bolso enfiarmos as mãos.
Ficamos perdidinhos da silva entre o sofrer por aquela perda e o se perguntar o porquê não sofrer, já que essa mesma cultura está encharcada de cobranças, veladas ou não, de que temos de sofrer diante da morte.
Esse é um registro do inconsciente coletivo da nossa cultura.

Agora imaginem como fica a vida de alguém que trabalha tendo que lidar diretamente com a finitude da vida.
Li na edição de hoje do Diário Catarinense um depoimento de quem trabalha como coveiro, o Seu André.
Para ele, ser encarregado de enterrar os corpos acaba ajudando a enfrentar o que considera a única certeza da vida.
E diz que esse é seu ofício. Alguém tem que fazer.
Ele não se abala mais com um funeral. Já não acha mais desesperador, nem tampouco amedrontador.
É gente simples que acaba deixando sua lição de vida com o seu próprio trabalho.
E, por causa da violência em que o ser humano mergulhou, ele diz que não teme sua profissão, pois os mortos não voltam, não atacam e não roubam.
Os vivos é que preocupam a ele.

Novamente me vem à lembrança o filme Sonhos do grande Akira Kurosawa, onde há um episódio em que um funeral é festejado, pois era a morte de um ancião. E a cultura oriental tem como valor o fato de um idoso, quando morre, já ter cumprido sua etapa por aqui.

Lá eles choram as mortes de jovens justamente por entenderem não ter vivido para cumprir o seu ciclo.

domingo, junho 18, 2006

Prostituição & Realeza

Às vezes me pego pensando nos conflitos, bonanças e crueldades da natureza humana.
Daí, que uma das coisas que me passa pela cabeça, nesses momentos, é que tipo de móvel leva pessoas ao mundo da prostituição infantil ou mesmo ao tráfico de escravas brancas.

Acho que estou longe de decodificar esse DNA – Distúrbio da Natureza Animal.
Embora eu tenha cá comigo uma idéias que me parecem bem consistentes, mas apenas no plano da teoria.

Pois é...

Enquanto a Copa continua seu ritmo veloz na Alemanha, a polícia italiana acaba de prender Victor Emmanuel o filho do último rei da Itália. Um príncipe, portanto.
O príncipe tem 69 anos e foi preso por recrutar prostitutas brancas para os clientes de cassinos italianos.
Muito provavelmente a maioria dessas prostitutas são latinas. Segundo jornais que, vez por outra, enfocam o assunto, a Itália está cheia delas.
Tudo começou com uma longa investigação que ia desde prostituição adulta até a turma da prostituição eletrônica pela web.
Acabaram esbarrando no príncipe.

Eis que a realeza já não é mais a mesma.
Eis que a gente se dá conta que os reis também sucumbem à natureza animal do homem, mostrando-se ora boa, ora perversa; ora serena ora pervertida.

Uma das coisas que pensei foi: até onde os anseios orgásticos não atendidos de uma pessoa pode levá-la ?

Pode parecer tanto uma pergunta óbvia quanto uma pergunta banal.

Eu, pessoalmente, acho que não é banal.

quarta-feira, junho 14, 2006

Freud e Ronaldo Fenômeno

Finalmente a seleção brasileira estreou na Copa.
O magro resultado de 1 a 0 contra a Croácia pode até não ter ressonância com a expectativa de nós brasileiros, mas o Parreira nunca escondeu que sua ótica do futebol é a do resultado. Portanto, se a seleção jogar um feijão com arroz bem simples e ganhar todas de 1 a 0 já é o suficiente para garantir a Copa.
Pessoalmente, eu não curto muito quem não ousa.
Em qualquer esporte é assim. Por isso admiro Nelson Piquet, Bjorn Borg, Paulo Cesar Caju etc.
O que me deixou triste foi ver o Ronaldo se debatendo em campo.
Calma, eu explico.
Ronaldo parecia se debater entre o desejo de jogar bem e calar seus detratores e entre a falta de tesão para um jogo de futebol.
Pareceu-me um conflito nas entranhas dele mesmo. E, aturdido, acabou deixando um rastro de apatia no campo.
E falta de tesão de jogo a um goleador é algo freudianamente preocupante. Alguém da comissão técnica tem que, literalmente, analisar o Ronaldo e sua condição.
Também me pareceu óbvio que o Adriano tá longe de ser o centroavante da seleção brasileira.
Espero que o Ronaldo dê a volta por cima, outra vez.
Ou que a comissão técnica atue.