Mulheres de Cabul

Fiquei meio que surpreso com a maneira como as mulheres de países como o Afeganistão encaram a burka e tudo o que nós imaginávamos que ela representa.

Na verdade, hoje com o regime do Talebã sem grandes poderes por lá, a maioria das mulheres prefere continuar a usar a burka.
Isso me fez pensar que nós do ocidente, não tínhamos compreendido de maneira clara o que a burka significa para as mulheres de Cabul.
Se durante o regime Talebã a burka representava o exacerbamento da condição inferior com que as mulheres eram tratadas por lá, ficamos nós a imaginar que a derrota do Talebã acarretaria a aposentadoria imediata de todas as burkas.
Erramos.
Eu pelo menos errei.
Antes era uma espécie de castigo, de índice de dominação.
Agora é uma espécie de salvaguarda; quase uma garantia de poder circular quando alguns fanáticos, incluindo alguns mujahedin circularem pela cidade.
De fato, a burka dá um tipo de proteção àquelas mulheres, permitindo que elas possam circular pelas ruas sem terem seus rostos vistos, logo, sem serem importunadas.

A vida muitas vezes nos mostra situações aparentemente contraditórias.
Aquilo que é considerado inimigo hoje, poderá ser um aliado amanhã.
O que dita a significância sobre o mesmo ponto acaba sendo o contexto.

Espero que um dia as mulheres do Afeganistão possam realmente escolher se querem ou não continuar usando a burka, mas por vontade individual delas.

Eleições 2008 Biometria

A tecnologia usada em processos eleitorais no Brasil está progredindo.
Lentamente, mas está.
A politicagem é que continua a progredir para o lado errado.
O lado tranbiqueiro.

Durante as eleições desse ano de 2008, o TSE já vai contar com uma novidade para os eleitores brasileiros.
Começa a ser testada em São João Batista (SC) e outros dois municípios a leitura biométrica para a identificação do eleitor.
A leitura por biometria é feita por um pequeno equipamento de leitura ótica, como se fosse um scanner, da digital de uma pessoa.
Essa é uma etapa de cadastramento que vai, na etapa seguinte, comparar com a informação que está armazenada numa base de dados e validar ou não o dono daquela impressão digital, como sendo o eleitor real.
O TSE crê que isso vai diminuir os casos de pessoas que votam por outras, ou que votam até usando documento falso, pois basta ter um título de eleitor pra se estar apto a votar.

Esperemos que esse passo do TSE possa dar mais credibilidade ao processo eleitoral.