domingo, fevereiro 15, 2009

Caso Paula Oliveira

Eu estava pensando... pensando...

Enquanto tento acompanhar o embrulho que se tornou o caso da advogada Paula Oliveira que parece ter sido atacada por neonazistas na Suíça.
Pelo que entendi, ela saía de um trem, grávida de gêmeas, quando foi agredida por alguns nazicarecas, como uma forma de castigo por ser estrangeira.
Dizem que um dos agressores possuía uma suástica na cabeça.
O mundo está uma salada de insanidades.
Uma agressão dessas sempre ressuscita o eterno embate entre o pensamento de direita e o de esquerda.
O de direita tem o vinco do nacionalismo, da reserva social de mercado, da intolerância e da xenofobia.
O de esquerda tem o signo da socialização descontrolada de tudo, da intolerância, mas não chega a ser tão xenófobo.
Posso dizer que a xenofobia levou inúmeras pessoas a sofrerem muito em vários pontos do planeta, durante a linha de tempo da história humana.
O maior e mais importante exemplo que conheço são os ciganos.
Estes sofreram, e ainda sofrem, ações diretas da intolerância social e racial praticamente no mundo todo.
Paula Oliveira está sob a suspeita de ter simulado o tal ataque.
Sinceramente não sei se isso é factível, dadas as características das marcas de corte apresentadas por ela.
Parece que seria muito difícil a própria pessoa produzir aquelas marcas com a firmeza do traço apresentada.
Por outro lado, a polícia suíça advoga que Ana não estava grávida e que não há marcas de chutes e socos, tal como ela teria afirmado.
E o diretor do Instituto de Medicina Forense da Universidade de Zurique, Walter Bär, disse em relatório que "qualquer médico forense experiente não hesitaria em dizer que este é um caso de autoflagelação".
Afirmou ainda, que ela sofreria de um distúrbio psicológico que a leva a fazer autoflagelação.
Parece que não está claro se Paula Oliveira foi mesmo atacada por “carecas” ou se ela mesma produziu isso.
O fato é que se ficar demonstrado que foi ela mesma, Paula corre o risco de ser expulsa da Suíça, sem prejuízo de um belo processo.
Por outro lado, se ficar claro que a versão dela é real, a polícia suíça terá grande abacaxi nas mãos.
Vai ter que capturar os agressores e isso vai dar muito pano para mangas no cenário interno da Comunidade Européia, pois a polícia suíça terá que prender cidadãos suíços ou alemães por causa de uma estrangeira.
Adicione que os suíços tem fortes resistências à presença dos alemães por lá.
E os discursos populares que tomarão partido da brasileira até já começaram.
Parece que boa parte dos suíços não gosta muito de alemães.
Tipo se os culpados forem alemães: prende rápido.
Se forem suíços... ah... vamos apurar com calma.
Isso deixa vislumbrar o traço da xenofobia que, a bem da verdade, sabemos existir na Europa.
Os portugueses são, provavelmente os menos intolerantes de todos os grupos sociais europeus. A imensa maioria é ainda intolerante e guarda partes xenófobas dentro de si.
A Europa estava assim já antes da 1.ª Guerra Mundial.
Só espero que as partes envolvidas tenham a honestidade e decência de assumir publicamente o resultado desse enorme embrulho.
Sem se deixarem envolver por manipulações e interesses políticos.

Enquanto isso, eu continuo vendo que o ser humano ainda desfila sua essência fascista, sempre que um solo fértil se apresenta.

O fascismo é a atitude do homem médio diante da vida e dos outros.
Sempre eivada por desamor e intolerância inconscientes.

1 Canetadas:

domingo, fevereiro 15, 2009 3:06:00 PM, Blogger Cristine disse...

Querido, muito oportuno esse assunto. Acrescentaria a tudo que você mencionou, o preconceito com mulheres brasileiras que, de antemão, são consideradas prostitutas até que se prove o contrário. Uma amiga pessoal está vivendo esse triste cenário na Itália. Detalhe: ela é publicitária e possui passaporte italiano.

 

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