quinta-feira, julho 24, 2008

O Cavaleiro das Trevas

Meus amigos,
esse é talvez o filme da saga Batman que mais me impressionou.

O diretor Nolan inovou quando repaginou a batcaverna tornando-a mais, eu diria, concreta do que rochosa.
Há um certo toque de 2001 Uma Odisséia no Espaço, pois as presenças marcantes do branco no ambiente; do teto baixo proporcionalmente à área da batcaverna denunciam essa propensão.

Vi com certa satisfação de fã que o Sr. Nolan foi cuidadoso.
Não fez apenas uma continuação.
Ele pespontou as personagens com densidade, com um certo conflito ético.
Os movimentos da grua são sutis e ao mesmo tempo grandiloqüentes.
As transições revelam um senso de observação pouco comum, pois elas quase têm voz na narrativa.
Tanto assim que não nos apercebemos da duração longa do filme.

Há tramas por dentro de tramas.
Situações que surpreendem como a simulação da morte do Comissário Gordon para se poder chegar ao Coringa.
Não é uma linguagem surrada na batmanmania haver um roteiro tão salpicado de surpresas urdidas entre as personagens; e tudo com um objetivo comum.

Impossível aqui eu não citar o Coringa.
O já saudoso Heath Ledger é, sem dúvida, um Coringa diferente dos anteriores.
Mais denso, mais traumático, mais revolucionário e menos palhaço.
Uma atuação que não dá pra comparar com a do Jack Nicholson.
Pois aquele Coringa era mais leve sem deixar de ser absolutamente fantástico.
Heath Ledger produziu um Coringa que apenas tangencia o estereótipo do Coringa.
Algo maravilhosamente diferente e ensandecido.

Toda a iluminação foi cuidadosamente preparada para acentuar as características mais importantes e imponentes da estrutura de todos.
Desde o Alfred até o prefeito.
Desde os mafiosos até o Coringa.

Porém, o que ficou mais claramente marcado, em relação aos filmes anteriores, foi a simbiose entre Batman e Coringa.
Um não subsiste sem o outro.
São como o Tai : um é a regra e o outro é a fuga da regra; um é o compromisso e o outro é o descompromisso.
Os dois ligados quase umbilicalmente na gênese de seus personagens.

Não há como não ficar encantado com Batman O Cavaleiro das Trevas.

Parabéns Sr. Nolan.

2 Canetadas:

sexta-feira, julho 25, 2008 2:51:00 PM, Blogger Unknown disse...

Bela critica! Depois dessas suas palavras, não tem como, eu não ver esse filme.
bjsss
Me

 
segunda-feira, setembro 01, 2008 8:35:00 PM, Anonymous Anônimo disse...

Realmente, o filme transpõe a corriqueira temática maniqueísta que descamba sempre para o moralismo ocidental, para explorar em maiores profundidades a tragédia da vida humana. A obra leva méritos pela abordagem da trama, como um bom filme e também pela acertada exploração da relação e da personalidade dos personagens principais.
Mal comparando, temos uma versão moderna e "pop" das tragédias gregas.
Um grande filme.
Abração.
Wagner.

 

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