domingo, março 08, 2009

Big Brother Bobo

Uma pergunta me ocorreu: até que ponto as pessoas são capazes de chegar para bisbilhotar a vida alheia?

Alguém, muito antes de mim, viu isso e criou um modelo de programa de TV na Holanda e a coisa caminhou, devidamente alimentada pela quase doentia necessidade de muitos espionarem a vida alheia.

As pessoas estão fugindo da crise econômica, da crise financeira pessoal, da crise emocional, da crise política, da crise psicológica interna de cada um.
E isso é combustível suficiente para seduzir as pessoas e se atirarem à assistência de programas que, a bem da verdade, meramente expõem a intimidade de um grupo de pessoas confinadas a uma casa.
É interessante observar as reações de pessoas numa casas dessas?
Até é.
Não raro, quem está atento se depara com a surpresa de verificar que um participante da casa tem comportamento cambiante.
Quando se olha aquele que saiu da casa, vê-se que não parece o mesmo que estava lá.
É o fenômeno do confinamento?
Até é.
Mas é também a constatação de que não se sabia nada dessa pessoa antes de entrar lá.
Os humanos são dicotômicos.
São, na verdade, uma amálgama de comportamentos aparentemente dissonantes.
E todos os expectadores assíduos tanto se transferem para dentro da casa ou dentro do jogador, quanto transferem para si essas características.
Tenho me perguntado em que, afinal de contas, um programa como o Big Brother pode contribuir para o entretenimento e o crescimento tanto pessoal quanto material e de quem.
Não há resposta plausível.
É um entretenimento meio perigoso para certas pessoas que têm sofreguidão por vigiar os outros.
As distorções de comportamento geradas, ou adubadas, nesse contexto podem trazer prejuízos ao expectador.
Prejuízos não muito facilmente detectáveis.

A única resposta claramente boa de um programa desses vem para quem detém o próprio programa.
Pois ele dá um grande lucro considerando a audiência e os patrocinadores.
Pessoalmente acho que é só um programa e não deve ser aceito como uma necessidade nossa.

Continuo defendendo a inatacável idéia de que a televisão tinha que se ocupar um pouco mais com a cultura e o crescimento humano dos membros do grupo social onde ela está inserida.
Espaço para isso ela tem de sobra.
Falta só um pouco de vontade e respeito pelo homem.

2 Canetadas:

terça-feira, março 10, 2009 6:34:00 PM, Blogger Cristine disse...

Ontem ainda discutia com um amigo que teimava em dar um cunho científico a essa baboseira chamada Big Brother. Segundo a teoria dele, esse programinha é interessante sob o ponto de vista psicológico, para analisar o perfil das pessoas.
Ora,ora, se vc gosta de psicologia, vá ler Freud ou Lacan... Até mesmo Gikovate tá valendo. Mas BB, não, me poupeeeeee!!!

 
terça-feira, abril 14, 2009 7:30:00 AM, Blogger L.S. Alves disse...

TV é concessão pública, logo deveria ter mais comprometimento com o bem estar da população.
Um abraço moço.

 

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