segunda-feira, agosto 07, 2006

Insanidade

O obscurantismo da Era da Insanidade segue seu curso pelo mundo.
Grandes interesses econômicos estão forçando história para estabelecer um novo mapa do Oriente Médio.
E tudo sob a égide da inoperância da ONU e o enorme guarda-chuva dos interesses petrolíferos.
Para que serve a ONU se os signatários alegam seus motivos particulares e dizem que não cumprirão as resoluções?
Não faz sentido a existência de uma Organização inóqua.
Não bastasse o alto número de seres humanos que têm seu direito universal flagrantemente desrespeitado, alguns países teimam em desconsiderar a organização que eles próprio evocam como foro de discussões.
Há uma imagem desse conflito alucinado entre Israel e Hezbollah que faz bem o tipo de "imagem que não precisa de palavras".

Lembro-me de Platão em A República:
"Até que filósofos sejam reis, ou que os reis e príncipes deste mundo
tenham o espírito e a capacidade da filosofia e que a grandeza política
e a sabedoria se combinem, e que as naturezas mais comuns se dediquem
a uma destas sem descuidar da outra, as cidades nunca terão tréguas
em seus males, nem a raça humana, conforme creio - e só então terá
este nosso Estado uma possibilidade de vida e de contemplar
a luz do dia".

sábado, agosto 05, 2006

Índio Management

Um índio entra de manhãzinha no saloon, com uma escopeta numa mão e um balde de bosta de bisão na outra.
- Cavalo Galopante querer café.
O garçon lhe serve uma xícara que ele esvazia num gole só.
Ele então joga o balde para cima, dá um tiro certeiro e em seguida vai embora.
Na manhã seguinte ele retorna ao saloon e pede outro café.
O dono do bar corre esbaforido pro balcão e diz:
- De jeito nenhum!!! A gente ainda nem conseguiu terminar de limpar a sua estripolia de ontem. E você ainda tem a audácia de voltar aqui, sem nem ao
menos uma explicação?
- Índio explicar. Fazer curso de "management". Índio querer virar
executivo. Ontem trabalho prático. Chefe chegar de manhã, tomar café,
espalhar merda e desaparecer resto do dia.

terça-feira, agosto 01, 2006

Efeito TV

Dizem que a TV é uma janela para o mundo.
Pela TV podemos ver os viventes representarem seu papel no anfiteatro da humanidade.
Vemos de tudo um pouco.
Desde diversão, informação, comércio e artes até as crueldades da humanidade.
Às vezes, a TV nos estarrece mostrando pessoas desfilando suas habilidades que beiram o estado-da-arte, ou mesmo o estado-da-bondade.
Um exemplo disso foi transmitido por um canal pago essa semana - o filme Lanternas Vermelhas.
Ali o diretor Zhang Yimou mostrou que resvalou na perfeição.
Outros momentos ficamos estarrecidos com as guerras dos homens.
Atualmente, temos a insanidade israelense disputando com a loucura hezbolah.
E no meio disso tudo estão as inúmeras pessoas que cometeram o pecado de querer viver.
As fotos das crianças soterradas chocam.
São reféns da insanidade perversa de gente que essas crianças nem conhecem.
Gente morrendo de um lado e de outro.
E mais: acidente ecológico provocado pelo bombardeamento de reservatórios de óleo num porto.
A TV está lá noticiando.
Mas é triste ver essa negação da civilização.
Meu organismo moral está começando a querer se afastar da TV.
Não vai adiantar muito, pois vivemos na Idade informacional.
Pena que não podemos influir no mundo através dessa janela - a TV.
Posso garantir que sou um privilegiado, pois enquanto isso se desenrola (ou enrola) por lá, eu estou aqui tranqüilamente diante do computador.
Escrevendo.
Depois digito e depois publico.

E tudo isso com o cd player soltando fumaça ao som de Mirage de Jean-Luc ponty.